segunda-feira, 20 de outubro de 2008

FORMAS LITERÁRIAS DO RENASCIMENTO

  1. SONETO: composição em forma fixa com 14 versos, dispostos em 4 estrofes ( ou estâncias), sendo 2 quartetos e 2 tercetos. De origem controversa (possivelmente provençal), teve em Petrarca o poeta que lhe fixou uma forma e um conteúdo que a tornaram modelares em toda a Europa. O soneto petrarquista é composto em decassílabos, com as rimas dispostas no sistema ABBA - ABBA (rimas interpoladas ou opostas) - CDE - CDE ou, nos tercetos, CDC - DCD (rimas intercaladas, ou alternadas, ou cruzadas). O desenvolvimento da ideia subordina-se ao limite das estrofes, e se faz por períodos que se contêm rigorosamente em cada uma das estâncias, de forma que o fim de cada estrofe é marcado por uma pausa nítida. O último verso, mais elevado e de cadência mais elaborada, deve fechar a composição sintetizando o seu desenvolvimento. É a chamada chave de ouro.
  2. TERCETO: composição em estrofes de três versos, com rima entrecruzada, de modo que o primeiro verso rima com terceiro, o segundo com o quarto e com o sexto, quinto com o sétimo e com o nono e assim por diante (ABA-BCB-CDC-DED-EFE etc.). Após o último terceto de cada série, acrescenta-se um verso, que rima com o intermediário da estrofe precedente (X-Y-X-Y) e que pode ficar isolado ou se aglutinar, formando, então, um quarteto.
  3. SEXTINA: composição de estrutura complexa, disposta em 6 estrofes de 6 versos (a esse tipo de estrofe dá-se o nome de sextilha), arrematadas por um terceto. Com o tempo, foi perdendo a rigidez formal até se confundir com a sextilha (qualquer sistema com estrofes de 6 versos).
  4. OITAVAS: também denominada oitava real, oitava-rima ou oitava heroica, designa o poema ou estrofe de 8 versos decassílabos, dispostos segundo um esquema fixo de rima (ABABABCC).
  5. ODE: na Grécia Antiga, designava o poema destinado ao canto de tom heroico e eloquente. Presta-se tanto à glorificação de feitos épicos (ode triunfal, à maneira do grego Píndaro), como à expressão da experiência pessoal ou íntima (ode ligeira, de Safo ou de Horácio).
  6. ELEGIA: cultivada desde a Antiguidade, associava-se, em suas origens, ao canto plangente em honra dos mortos. Modernamente, designa a poesia lírica, de forma variável, versando sobre os sentimentos, especialmente os dolorosos, despertados pela morte, perda ou ausência. Sempre vinculado à ideia de lamento e pranto, a elegia incorporou também a temática amorosa, o amor distante ou não-correspondido.
  7. CANÇÃO: genericamente, designa a composição poética destinada ao canto. Consiste numa série de estrofes de número regular de versos, arremada por uma estrofe menor, que condensa o sentido das anteriores ou na qual o poeta dedica o poema à bem-amada (ofertório).
  8. ÉCLOGA ou ÉGLOGA: composição de tema pastoril e campestre, em forma dialogada.
  9. EPÍSTOLA: além do sentido vulgar de carta e da denominação bíblica que dá aos escritos dos apóstolos a um grupo social, no sentido que aqui nos interessa, era a composição poética destinada geralmente a um amigo ou mecenas, em linguagem próxima do cotidiano, tratando de variados assuntos, literários, filosóficos, morais, políticos, amorosos, sentimentais etc.
  10. EPIGRAMA: composição poética breve, na qual se expressa com precisão, engenhosidade e agudeza um só pensamento principal, geralmente de teor festivo, satírico ou picante.
  11. EPITALÂMIO: poema ou canto de louvor aos que contraem núpcias. Exemplifica o lirismo de circunstância, muitas vezes limitado pelo desejo de agradar, bajular.
  12. EPICÉDIO: variante da elegia, designava, entre os gregos, o canto plangente pronunciado na cerimônia dos funerais, estando o corpo presente. Mais tarde, o termo passou a se aplicar a qualquer composição poética em memória de um morto ilustre.

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